A descoberta da vacina foi um momento revolucionário na medicina...Graças a ela, muitas das epidemias e pestes foram evitadas e outras
travadas... A vacina é uma substância produzida a partir de diversos agentes estranhos
como proteínas, toxinas, bactérias ou vírus (ou partes deles) mortos ou
enfraquecidos (agentes patogénicos) que causam doenças. Ao ser introduzida no
corpo do ser humano, a vacina provoca uma reacção do sistema imunitário, semelhante à que ocorreria no caso de uma infecção por um determinado agente patogénico,
promovendo a produção de anticorpos (leucócitos). Estes, por sua vez irão combater o agente infecciosos acabando assim por tornar o organismo imune ou, ao menos mais resistente, a esse agente (e
às doenças por ele provocadas). Desta forma, a
vacina prepara o organismo para que, em caso de infecção por aquele
agente patogénico, o sistema de defesa possa agir de forma rápida e eficaz. Assim, a doença não se desenvolve ou, em alguns casos, se desenvolve de
forma moderada.
Dentro das vacinas temos um grupo às
quais denominamos Vacinas de DNA, que requerem a técnica de DNA recombinante
para a sua produção.
Como são
feitas???
- Seleccionam-se e isolam-se sequências do material genético do agente patogénico que codificam antigénios (componentes moleculares estranhos que estimulam uma resposta imunitária específica).
- Através da acção de uma determinada enzima de restrição, o DNA do agente infeccioso é fragmentado, obtendo-se assim as sequências do material genético seleccionadas.
- As sequências resultantes da fragmentação são inseridas no DNA de vetores (plasmídeos ou vetores virais que foram submetidos à acção da mesma enzima de restrição que o agente infeccioso) com o auxilio das ligases, dando origem ao DNA recombinante. Como resultado temos um plasmídeo, ou um outro vetor, com a porção do DNA do agente infecciosos com interesse.
- Este plasmídeo é inserido, normalmente na bactéria Escherichia coli. Esta bactéria ao se reproduzir, permite que o plasmídeo se reproduza em larga escala, o que é fundamental para a produção da vacina.
- O vetor deve possuir gene de resistência a antibiótico (que permite seleccionar as bactérias que contêm o plasmídeo). Também podem ser inseridos outros genes para além daqueles que codificam o antigénio, com o objectivo de melhorar a eficácia da vacina.
- Os genes retirados do agente patogénico codificam proteínas, que se produzem quando estes genes se expressam.
Quando estas vacinas são administradas a
seres humanos, o DNA inserido é reconhecido pelas suas células, que começam a produzir proteínas, que seriam normalmente produzidas por
bactérias, vírus ou outro agente patológico. Deste modo, o organismo humano (hospedeiro) reconhece estas proteínas e produz uma imunidade contra estas substâncias, criando-se assim uma memória
imunológica.
Ao compararmos as vacinas tradicionais às vacinas de DNA, estas últimas
apresentam algumas vantagens e desvantagens relativamente às outras. Por um lado, são mais vantajosas economicamente e tecnicamente , uma vez que possuem um controle de qualidade
mais simples, não precisam de refrigeração para o seu transporte (estáveis em
temperatura ambiente), têm um baixo custo de produção e manutenção, estimula a
produção de linfócitos T, responsáveis por identificar e matar as células
infectadas, etc. Por outro lado, tem as suas desvantagens, tais como:
dificuldade em reconhecer, seleccionar e correlacionar todas as partes do DNA do
agente que se quer combater; possibilidade da indução de uma doença auto imune...
As vacinas de DNA podem ser administradas por diferentes vias, sendo a injecção intra muscular a forma mais utilizada.
Texto elaborado a partir de:
- http://www.sbac.org.br/pt/pdfs/rbac/rbac_40_03/05.pdf
- http://www.brasilescola.com/biologia/as-vacinas-de-dna.htm
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Vacina
- http://www.icb.ufmg.br/big/vacinas/Vacinas%20de%20DNA.htm
- http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe-W4AK/vacinas-dna
Cristina Sterbet